Há ou não
racismo no Brasil? Esse é um tema antigo, que cada dia vem se tornando menos
controverso. Ainda que haja vozes contrárias aos fatos, o Brasil vem lentamente
tomando consciência de seu preconceito racial ou de cor.
Não é uma
grande conclusão, dirão muitos, a de que há racismo no país.
Há no Brasil
o famoso “mito da democracia racial”, cuja origem vamos encontrar na obra de Gilberto
Freyre. Em uma comparação com os Estados Unidos, Freyre busca mostrar que o
Brasil é resultado da mistura de três raças: o branco europeu, o preto africano
e o ameríndio, já presente na América do Sul antes da chegada dos portugueses.
Essa mistura é aceita pelos brasileiros como um valor positivo. Em sua
monumental obra, Freyre mostra que, na formação do Brasil colonial e escravista,
as relações sociais entre brancos e pretos eram diferentes daquelas que
marcaram a formação norte-americana. Essa diferença se estabelece, entre outros
fatores, pela prática de relações sexuais entre o senhor branco e a escrava
preta, uma possibilidade sempre presente para reforçar a mistura que já existia
na pele dos portugueses.
O “mito da
democracia racial” acerta em uma coisa: diferentemente dos Estados Unidos, não
existe no Brasil uma ideologia ativa e militante que sustente o racismo. Mas
erra ao afirmar, muitas vezes completamente, como no livro Não somos racistas, do
jornalista Ali Kamel, que o problema brasileiro não é discriminação racial, mas
a discriminação baseada em classe social, uma espécie de classismo.
Todavia, é
importante constatar, de maneira convincente, que há preconceito racial no
Brasil.
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