Neste dia, Sexta-feira Santa, que os antigos chamavam de “Sexta-feira Maior”, quando celebramos a Paixão e Morte de Jesus, o silêncio, o jejum e a oração devem marcar este momento. Ao contrário do que muitos pensam, a Paixão não deve ser vivida em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante da morte do Senhor, que, ao morrer, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna.
É preciso manter um “silêncio interior” aliado ao jejum e à
abstinência de carne. Deve ser um dia de meditação, de contemplação do amor de
Deus, que nos “deu o Seu Filho único para que quem n’Ele crer não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 3,16). É um dia em que as diversões devem ser
suspensas, os prazeres, mesmo que legítimos, devem ser evitados.
Uma prática de piedade valiosa é meditar a dolorosa Paixão
do Senhor, se possível, diante do Sacrário, na Igreja, usando a narração que os
quatro evangelistas fizeram.
A meditação da Paixão do Senhor deve nos mostrar o quanto é
hediondo o pecado. É contemplando o Senhor na Cruz, destruído, flagelado,
coroado de espinhos, abandonado, caluniado, agonizante até a morte, que
entendemos quão terrível é o pecado. Não é sem razão que o Catecismo diz
que pecado é “a pior realidade para o mundo, para o pecador e para a Igreja”. É
por isso que Cristo veio a este mundo para ser imolado como o “Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Só Ele poderia oferecer à Justiça Divina
uma oblação de valor infinito, que reparasse todos os pecados de todos os
homens de todos os tempos e lugares.
Celebração das 15 horas
O ponto alto da Sexta-feira Santa é a celebração das 15
horas, horário em que Jesus foi morto.
Deus morreu por nós em forma humana.
Neste dia, podemos também meditar, com profundidade, as
“sete palavras de Cristo na Cruz” antes de Sua morte. É como um testamento
d’Ele:
“Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”;
“Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”;
“Mulher, eis aí o Teu filho (…) Eis aí a Tua Mãe”;
“Tenho Sede!”;
“Eli, Eli, lema sabachtani? – Meu Deus, Meu Deus, por que Me
abandonastes?”;
“Tudo está consumado!”;
“Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!”.
Não há como “pagar” ao Senhor o que Ele fez e sofreu por
nós; no entanto, celebrar com devoção o Seu sofrimento e morte Lhe agrada e nos
faz felizes. Associando-nos, assim, à Paixão do Senhor, colheremos os
Seus frutos de salvação.
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