Lançada por membros da Faculdade de Direito da Universidade
de São Paulo (USP), na tarde do sábado (30/07) a Carta às brasileiras e
aos brasileiros em defesa do Estado democrático de direito! havia reunido
mais de 546 mil signatários.
“Estamos passando por momento de imenso perigo para a
normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de
desacato ao resultado das eleições”, estimam os autores do texto, também
assinado por antigos juízes do Supremo Tribunal Federal.
O manifesto foi divulgado na segunda-feira, em reação
imediata aos discursos inflamatórios do atual mandatário no lançamento de
sua campanha de reeleição, em 24 de julho.
Nele, condenam-se os “ataques infundados e desacompanhados
de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado democrático de
direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira”. “São intoleráveis
as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à
violência e à ruptura da ordem constitucional”, prossegue o texto, sem nunca
mencionar Bolsonaro.
Bolsonaristas contra-atacam
No poder desde 1º janeiro de 2019 e candidato a um segundo
mandato, Bolsonaro tem criticado incessantemente o sistema de voto eletrônico em
vigor no país desde 1996, insinuando que não reconhecerá o resultado das
eleições presidenciais se for derrotado.
Ao lado de personalidades culturais como o cantor-compositor
Chico Buarque e o cineasta João Moreira Salles, o documento da USP recolheu assinaturas
de banqueiros, empresários e importantes associações patronais como a influente
federação dos bancos (Febraban), e a Federação das Indústrias de São Paulo
(Fiesp). Observadores avaliam o fato como um desvio no apoio ao presidente, em
relação a 2018.
“Quem está contra a democracia no Brasil? Nós somos pela
transparência, a legalidade. Nós respeitamos a Constituição. Não percebi esta
petição”, reagiu Bolsonaro em sua página do Facebook.
Seus simpatizantes lançaram na quinta-feira uma petição
própria visando reunir 1 milhão de assinaturas “para declarar que sem
liberdade não há democracia”. Um dos argumentos contidos é que o país está
ameaçado por uma “gravíssima tentativa da consolidação da ‘ditadura do
pensamento único'”.
Iniciativa do Movimento Advogados de Direita Brasil (ADBR),
o Manifesto à nação brasileira – Defesa das liberdades do povo, pelo
povo e para o povo conclui com “Deus seja Louvado. Brasil acima de
Tudo”.
Numa sondagem Datafolha publicada na quinta-feira,
Bolsonaro registrava 18 pontos percentuais de desvantagem em relação ao
candidato de esquerda e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Grande
favorito do escrutínio, ele ostentava 47% de intenções de voto, contra 29% para
o atual presidente de extrema direita.
Conheça a Petição
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